A Opinião que Vem de Fora

    


    Quando conseguimos finalmente identificar nosso interesse por algo que possa nos trazer alguma felicidade e satisfação (e pode ser tanta coisa!), e nem sempre é uma tarefa fácil, o próximo passo é definir então como iremos alcançar esse objetivo, o quanto vamos nos dedicar para chegar lá.  Em meio a empolgação a descoberta do que seria para nós algo interessante, acabamos naturalmente compartilhando nossas ideias com os amigos, com os familiares, nossos pares (depende da relação), para a internet etc. Em meio a isso recebemos muitas vezes espontaneamente o retorno do que o outro acha da decisão tomada. E a partir disso temos várias respostas, na direção de: é uma boa ideia; que não é; que tanto faz.

    Muitos comentários podem ser desmotivadores, como se aquilo que queremos não fosse possível de se alcançar. Que a ideia não é interessante e que se devesse deixar de lado.  Às vezes a resposta é um silêncio significativo que por si só já expressa à opinião sobre o assunto. Isso para alguns é desconsolador. Ainda mais quando falado para alguém que se esperava um apoio com certeza.  O que pode acabar fazendo com que alguém desista do seu desejo por começar uma nova investida, seja qual for essa investida. Essa opinião, então, poderá afetar o julgamento sobre o quanto valerá a pena fazer ou não aquilo.
    Estamos sujeitos a ser constantemente atingidos por comentários de outros sobre o que nós queremos, sobre como deveríamos ser, quem deveríamos amar ou não, ou, de modo geral, o que devemos fazer da nossa vida. O curioso é que a frase já trás consigo uma bela lógica: sendo nossa vida, não seria o mais certo definimos o que fazemos com ela? Parece simples, mas nem sempre é fácil de lidar com isso.  Como seres que vivem socialmente, precisamos dos relacionamentos (de modo geral, não só amoroso) para uma qualidade de vida. O relacionamento com alguém ou várias pessoas está ligado na nossa saúde psicológica, tanto para tristezas que podemos passar por conta dessas relações quanto para felicidades. Então, como não levar em consideração o que dizem para nós?
    A questão não se trata de modificar seu interesse por uma formação, uma roupa, ter ou não ter um cachorro, exclusivamente porque disseram para não fazer isso, se trata de receber a opinião dita como um referencial que poderia amadurecer sua decisão. A partir de sua própria avaliação, movimentar para a vontade que estava acumulada há tempos nos pensamentos. Não tomando uma decisão por conta do que acham melhor para você, mas porque você definiu assim.
    Sempre receberemos opiniões do que é bom ou ruim para nós, e muitos fazem por bem, e por pensarmos assim, acabamos muitas vezes concordando e negando nosso real interesse apenas porque consideramos e queremos bem àquela pessoa. Temos respeito.  O grande desafio é não ceder à pressão que vem de fora quando sabemos que no fundo é realmente aquilo que queremos. 

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