Então, o que é o medo? É uma emoção
carregada de sentidos que influência em nossas atitudes, em nossas ações. Pode
ser vista como algo necessário para a situação ou que traz consigo alguma
questão prejudicial aos interesses de quem sente esse medo. Por exemplo, quando
alguém se sente impedido de fazer uma viagem para uma cidade nova porque não
sabe lidar com essa emoção, apesar de querer muito viajar. É preciso entender a
direção que o medo pode tomar; esses dois lados que ele carrega consigo. Quando
uma situação pode nos levar a um grande perigo de morte, por exemplo, quando um
assaltante aponta uma arma contra a vítima, ela tente a não reagir de forma a
conservar sua vida devido ao medo da situação. Nesse sentido, o medo fez com
que a atitude fosse de proteção. Claro, sendo aqui apenas um exemplo, pois
reagir e sair de uma casa em chamas, também é uma atitude de proteção. Mas
ambos os casos tem como fim se salvar.
Pois, bem. E não seria
possível usar esse pensamento quando estamos em um emprego que não nos agrada e
gostaríamos de encontrar um novo, mas temos medo de nos arriscar por ter que
lidar com o “perigo” do desemprego e da dificuldade atual do mercado de
trabalho? Sim, é possível, ainda que a situação seja diferente. Não somente em
relação ao trabalho, mas há muitas coisas que não fazemos por medo. Isso pode
nos paralisar, impedindo até mesmo de tentarmos. Não sabemos o que vamos
encontrar. Pode ser o fracasso, e ao pensar nisso muitos deixam de lado essa
sua vontade. Mas é uma luta que não chegou a ser iniciada. É uma derrota sem
que um dos lutadores tenha entrado no ringue. Porque já que não existiu uma
iniciativa, não houve luta. O lutador (que no caso é cada um), não quis
participar por acreditar que ia perder. Então perdeu sem tentar. Não
experimentou a chance de algo novo.
E constantemente nos
encontramos em uma situação que nos exige uma posição, uma decisão. E quando
não decidimos fazer nada, decidimos. Quando não queremos tomar uma atitude
diferente, tomamos uma atitude (e provavelmente a atitude que geralmente se
toma no dia a dia, nada de novo). Não se trata de uma tarefa fácil, pois
existem motivos que nos fazem ter dificuldades de lutar com isso. Mas chega um
momento em que já não existe mais satisfação e felicidade quando percebemos que
tudo está do mesmo jeito, da mesma forma. Serão muitos pensamentos que ficam
entrando em conflito na nossa cabeça, lutando um contra o outro, o que parece
ter fazer mais sentido: preciso ficar nesse emprego porque.... Preciso ficar
nesse curso porque.... Preciso manter nesse ritmo porque....
Com o tempo, podemos nos ver
cansados de tudo isso e precisando de algo diferente. O novo agora é atraente e
sedutor. Trabalhar naquele ambiente que era até então agradável, deixou de ser.
E os argumentos que existiam para se manter naquela situação já não são mais
válidos. Procurar algo novo é abrir mão de um lugar seguro, e não se trata de
“seguro” no sentido de que seu emprego está garantido, pois pode nem estar. O
seguro aqui é essa zona de conforto de termos domínio de algo e nos sentirmos
satisfeitos por finalmente nos sentirmos assim. Começar em um emprego
novo, um curso novo, um relacionamento novo, é de fato um “começar”, no sentido
de iniciar. E esse iniciar leva um tempo até nos gerar alguma segurança, mas o
movimento até lá pode nos oferecer uma grande satisfação por finalmente
mudarmos. Uma busca pelo que queremos no caminho por estar bem consigo mesmo.
Por Leandro
Winter
Muito bom seu texto, parabéns! São exatamente esses pensamentos que ficam vagando na cabeça... Essa semana eu parto pela primeira vez em uma viagem sozinha, o medo é inevitável! É uma curta distância e curto tempo também, pra ir me habituando a viver com o inesperado novo, mas o sentimento de tomar tal iniciativa e vencer um pouquinho do medo já é muito bom (:
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirSim, certamente vencemos a cada passo dado. Cada pequena vitória nos leva a vitórias maiores.